quinta-feira, 25 de março de 2010

Antes de azul e rosa, cores!

Nos anos 90, no Brasil, a galera não veio com a mesma ousadia de quem deu as caras na década de 60, mas desde lá nota-se com mais força a mulher como sujeita da história na vida prática cotidiana. As coisas foram se tornando mais naturais e houve uma diminuição considerável nos extremos do que um dia foi rotulado como coisas de menino e coisas de menina. Acredito que não seja mais um choque ver um homem como babá e uma mulher mecânica - num exemplo simples. O preconceito contra a mulher que vem sendo dissolvido, coloca os dois gêneros cada vez mais próximos, favorece aos dois lados. A galera jovem e os que ainda trazem consigo a bagagem de quem viveu e absorveu tudo o que foi protestado desde os 60 pra cá, já tem essa visão mais light. Mulher que só presta pra vida doméstica é um absurdo de piada velha!

Numa conversa descontraída com alguns amigos, foi feito o comentário de um dos rapazes:
- Mulheres independentes assustam os homens. Vocês vão morrer solteiras!
O motivo do comentário foi por que uma das mulheres falou sobre planos futuros de uma forma que um dos caras achou aquele discusso mais adequado à figura masculina - como se as mulheres estivessem tomando dos homens um papel que deveria ser deles.
Foi um papo longo e muito saudável. Coisas que ficaram claras naquela situação é que existia alí, por parte dos homens, a consciencia de que a mulher é sim capaz de ocupar uma posição a par, mas a preocupação de que isso fizesse dele uma figura de pouca importancia na vida dela, que o lado protetor e cavalheiro fosse subestimado. Por parte das mulheres, o desejo de serem vistas com feminilidade, ainda que sujas de graxa. Se permitir ser feminina, abusar da sensualidade, dos jeitos e charmes, aceitar a delicadeza que nos é natural, não fere a mulher que se impõe. Deixar que eles cuidem dos serviços pesados ou que paguem a conta, não é se submeter. Usar rosa, cuidar das tarefas domésticas, ser higiênico, se mostrar frágil, não faz do homem menos homem. O importante é que cada um saiba e valorize a capacidade e a necessidade que ambos têm de ser e fazer, ninguém mais ou menos que o outro.
O que eu trago pro sociologiajovem dessa vez é essa proposta de reflexão para nós jovens - adolescentes, crianças que estão chegando à adolescencia, futuros formadores de opinião e a galerinha oldschool, mas modernos no pensamento - sobre o que ainda é classificado como coisas de homens e coisas de mulher na sociedade moderna. É isso.

Saúdo todas as pessoas livres de pensamentos machistas. Saúdo as pessoas que acreditam que homem e mulher não é para estar um na frente e outro atrás, e sim um ao lado do outro. Antes de tudo, seres pensantes com capacidades iguais de encarar o mundo. E saúdo o dono do blog por fazer desse espaço um reconhecimento do que foi dito neste mesmo parágrafo. amém!
(:

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Engajamento social pelo fim da Passividade

Oportunamente fui flagrada num estado de cômodo. E então, me foi sugerido postar sobre Passividade Social. Refletindo sobre a minha situação e a observação que foi feita sobre a minha pessoa naquele momento, admiti que havia um tanto de desperdício no meu comportamento, que se torna um valor bem mais significativo quando eu sei que existem tantas outras pessoas na mesma situação que eu. É lamentável que cabeças pensantes se escondam num casulo pra alimentar o tédio, tendo consciência de que existe uma porrada de coisas à serem mudadas e que se pode fazer a diferença.
Veja bem, lá fora existe um mundo cão. e pode-se dizer, a grosso modo, que a sociedade está dividida dessa forma:
  1. pessoas que sofrem os reflexos de uma sociedade desorganizada e estúpida;
  2. pessoas que tiram proveito da miséria alheia - algumas de maneira mais descarada que outras;
  3. uma minoria dividida entre:
  • pessoas que se importam com as questões sociais e se esforçam por fazer acontecer o melhor;
  • pessoas que se importam com as questões sociais, mas que esperam pela Liga da Justiça.
Me vi à espera da Liga da Justiça, enquanto existe um mundo a ser transformado.
quando se diz MUNDO, a palavra assusta, se torna pesada e distante porque nos sentimos pequenos diante de tanto chão e tantos problemas. Mas considerando que existem cabeças pensantes cheias do bom discurso, que esse bom discurso seja trabalhado pra colocar em atividade as nossas boas idéias e incentivar as boas idéias dos outros também. Despertar no outro o interesse em se manter sabido da situação onde todos nós, formadores da sociedade, estamos inseridos. Aprender e incentivar a observar criticamente.
É uma tarefa lenta, mas é daí que surge a urgência. Que haja vontade de ver a transformação acontecer e que isso seja colocado em prática. Porque se colocar na posição de quem não se importa com a sociedade, ou se colocar na posição de quem se importa, mas não faz nada, tecnicamente, surte o mesmo efeito.

sábado, 9 de janeiro de 2010

"O que é mais importante,saber as respostas ou saber fazer perguntas?

É essa pergunta que Rubem Alves um dia se fez e que hoje trago para a reflexão.A última revista SOCIOLOGIA tambem fez o seguinte questionamento: A educação,está oprimindo ou emancipando as pessoas?

Que a educação brasileira esta em um estado deplorável, isso todos tem consciência. A grande questão que hoje trago não se limita a lamentável estrutura física das escolas públicas ou das secretarias de educação. Minha vertente vai seguir três caminhos : O perfil do PROFESSOR, o perfil do ALUNO e o monopólio cultural que se estabelece em nossa sociedade.

Professor : Aquele que ensina uma arte; Ensinar : Indicar, Adestrar, Castigar, Educar. É, os professores estão nos adestrando, opa desculpa, nos "ensinando" com os métodos do século XXI. Fórmulas prontas, assuntos rápidos. Nos aprisionando em gaiolas, nos aprisionando como pássaros adestrados que desaprendem o prazer do voô. Como velhos ansiãos, ensinam seus aprendizes a matar o monstro do vestibular, mas esquecem que este, é apenas um monstro em nossas vidas. E depois do vestibular: O que iremos fazer ? Eles esquecem do principal: EDUCAR PARA A VIDA. Esquecem de ensinar a grandiosidade de ser uma pessoa que vai além no seu aprender e formam alunos passivos, tanto na sala de aula, quanto em suas vidas.


Aluno : Cansei de ouvir meus professores falando que o número de alunos medíocres aumentam a cada ano. Ja é de se esperar. Perdi 30 minutos do meu precioso tempo assistindo um programa chamado iCarly e vi uma menina jogando macarrão na privada de propósito, um irmão ignorante que só falava porcaria e professores vistos como seres perversos e desnaturados. Esse LIXO é sucesso entre as crianças e os adolescentes. Depois do sistema capitalista, as pessoas "entederam", ou as fizeram entender, que podem ser felizes com prazeres individuais. A sociedade NÃO IMPORTA MAIS, o coletivo NÃO IMPORTA MAIS, a desigualdade É APENAS UM DETALHE para os jovens. A não ser que desigualdade seja o tema da redação do vestibular, por que ai, são escritos os discurssos mais bonitos da humanidade. O aprendizado se resumiu a : "APRENDER" (para) TER UMA BOA FACULDADE (para) GANHAR MUITO DINHEIRO COM A PROFISSÃO ESCOLHIDA e isso é triste.

Para finalizar, antes deixo claro : Sou a favor do sistema de cotas. Mas não vou discutir este tema hoje. Fiz essa observação para falar de outra coisa. Comprovadamente a renda de uma família aumenta a depender dos anos de estudo da pessoa de referência (Pai e mãe). Isto responde parcialmente a pergunta inicial. A educação, se não emancipa por completo, pelo menos ajuda na emancipação econômica. Mas ai que esta o "x" da questão. Quem é que estuda nas melhores escolas? Quem é que tem os melhores professores ? Quem é que tem as melhores condições de estrutura espacial para desenvolver o aprendizado ? Quem faz as melhores faculdades e os cursos mais concorridos ? AS PESSOAS QUE DETÉM OS MEIOS PARA DESSES ARTIFÍCIOS SE APROPRIAREM,com algumas poucas exceções como no caso das cotas."Em suma , o livre jogo das leis de transmissão cultural faz com que o capital cultural retorne às mãos do capital cultural e, com isso, encontra-se reproduzida a estrutura de destribuição do capital cultural entre as classes, isto é, a estrutura da distribuição dos instrumentos de apropriação dos bens simbólicos que uma formação social seleciona como dignos de serem desejados e possuídos." (BORDIEU, 2001, p. 297)

Difícil mudar,se o até o poder de emancipação, a educação, se encontra aprisionado nas mãos de poucos. REFLITAM!

"Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é MODIFICÁ-LO."

Com esta frase de Marx é que começo hoje esta arriscada empreitada de criar um blog para jovens, onde o tema básico de discussão seja a SOCIEDADE - o que inclui política, educação, moral, ética e até dos nossos sentimentos, por que não? Falar de sociedade é falar também dos indivíduos que a compõe, indivíduos com sensações, sentimentos e opiniões diferentes que integram este complicado mundo das relações sociais.

Meu objetivo não é aprofundar os pensamentos de Marx, Weber, Bordieu, Rousseau ou Comte, até por que, não sou conhecedor profundo da filosofia e da sociologia, mas meu objetivo é reunir jovens que se interessem por estes assuntos, discutir, politizar e tornar os temas sociológicos INTERESSANTES para aqueles que ainda tem preconceito e, como Marx um dia falou, modificar um pouquinho desse mundo fundamentado no prazer individual.

Portanto, espero que este blog não seja em vão, que as pessoas respeitem e crescam com as diferentes opiniões, mas principalmente, torço para que este blog seja um pedacinho de revolução no coração de nós jovens!